De acordo com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a compostagem é uma tecnologia que busca aumentar a eficiência dos processos de reciclagem de resíduos orgânicos, de modo que possam ser reaproveitados na agricultura com segurança.
Milhões de toneladas de materiais orgânicos são gerados anualmente no Brasil, e o aproveitamento deles é fundamental para promover a sustentabilidade agrícola e a conservação do ambiente, reduzindo as perdas de nutrientes e otimizando o seu aproveitamento.
Antes de serem empregados na produção agrícola, esses materiais orgânicos devem passar por processos de estabilização e descontaminação.
É neste momento que entra a compostagem, proporcionando as condições ideais para a obtenção de fertilizantes e substratos orgânicos humificados, ricos em nutrientes.
Ela é realizada por meio da utilização de materiais como bagaço de cana, serragem ou palhada de gramíneas, misturados com materiais como o esterco bovino.
De acordo com o engenheiro agrônomo Francisco José Severino, Gerente de Técnicas agronômicas da COPLACANA, “o uso do fertilizante orgânico oriundo do esterco ajuda a reduzir a perda de nitrogênio, reter fósforo no solo e melhorar a qualidade da agricultura.
Afinal, é uma opção mais econômica e natural e ainda, de forma geral, estimula o crescimento das culturas. O esterco é considerado uma boa fonte de P (fósforo), de N (nitrogênio) e K (potássio)”.
Veja, abaixo, 5 benefícios na adubação orgânica com esterco:
- Melhorias da estrutura, aeração e ampliação da atividade biológica do solo;
- Enriquecimento gradual do solo com macro e micronutrientes essenciais às plantas, como nitrogênio, fósforo, potássio, cálcio, magnésio, enxofre;
- Aumento na biodiversidade de microrganismos úteis que agem na solubilização de vários fertilizantes;
- Redução da incidência de pragas, doenças e processos de erosão;
- Realizar uma destinação ambientalmente sustentável e economicamente viável do material orgânico.
Entretanto, para se ter um produto de qualidade, é preciso, antes, prepará-lo: amontoar o esterco, molhar, revirar com tratores de pá carregadeira e verificar o ponto de umidade para a comercialização a granel ou ensacado.
De acordo com o resultado da análise química do material, também é necessário fazer o enriquecimento com minerais (calcáreo ou fosfatos) para melhorar a eficiência da adubação.
Observando esses quesitos, o adubo orgânico e mineralizado estará pronto para uso em lavouras, plantas ornamentais, frutíferas ou hortaliças.
Projeto
Até 1,5 mil toneladas de esterco são geradas mensalmente no Confinamento COPLACANA por 2 mil cabeças de gado.
Para fazer o uso sustentável e correto deste resíduo, pensando no conceito de Economia Circular e ESG, o projeto de mineralização do esterco bovino da COPLACANA foi uma idealização da liderança, juntamente com o Avance Hub.
Várias áreas integrantes das Diretorias de Negócios e de Operações, socioambiental, técnica, confinamento, produção, patrimônio e controladoria estão envolvidas no desenvolvimento da iniciativa.
“Em termos de ESG (ambiental, social e governança), isso resulta na resolução de conflitos socioambientais, que são os odores e os resíduos líquidos.
Tivemos muito engajamento do time COPLACANA para fazer acontecer e chegar num produto que seja ambientalmente sustentável, agronomicamente correto e economicamente viável” comenta Andrea Pavani, Analista Socioambiental da COPLACANA.
Ainda segundo Francisco Severino, “trata-se de empregar o conceito de Economia Circular, onde os produtos e materiais são mantidos em seu mais alto nível de utilidade e valor o tempo todo, reduzindo/eliminando a noção de resíduo, dissociando o desenvolvimento econômico e a necessidade de aumento no consumo de recursos finitos, contribuindo dessa maneira para o desenvolvimento sustentável. A Economia Circular utiliza a reciclagem, a remodelação (ou remanufatura) para incluir em outros ciclos produtivos, a reparação (conserto), a reutilização, prioriza recursos renováveis, priorizando o serviço ao invés do produto”.
“É um projeto único e inovador dentro da COPLACANA, onde houve a interação de várias áreas em busca da realização do projeto, demonstrando a capacidade e maturidade da cooperativa em trabalhar de forma transversal e multidisciplinar, com o intuito de principalmente oferecer ao seu cooperado um novo produto, bem como estar aderente aos anseios do mercado e da sociedade no tocante à questão ESG”, completou Francisco Severino.