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Suplementação a pasto na seca: quais os resultados?

Tempo de Leitura: 4 min

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*Contribuição do engenheiro agrônomo Ari José Fernandes Lacôrte.

 

A Embrapa, ao comemorar 50 anos, publicou o grande salto que o Brasil deu desde 1970 até hoje na maioria das commodities alimentares, fibras e matéria prima para energia.

De importador de alimentos, o Brasil passou a ser exportador em muitos segmentos do agronegócio.

A tecnologia de produção, porteira a dentro, passou por fortes mudanças e aumentou a produtividade neste período de forma crescente e sustentada.

Houve, também, expressivo aumento da chamada fronteira agrícola. Fora da porteira foram incorporadas novas tecnologias de rastreamento e tecnologia de informação.

O rebanho bovino cresceu, no Brasil, de 74 milhões de cabeças para 224 milhões em 50 anos.

Na produtividade o rendimento foi de 12 para 63 kg/há/ano.

A exportação de carne em 1970 era zero e em 2021 chegou a 1,5 milhão de toneladas equivalente carcaça.

O Brasil ocupa, hoje, a liderança no mercado internacional.

Neste período, o consumo doméstico da carne bovina foi de 19,5 kg para 38,8 kg per capta ano chegando a atingir, em 2010, o recorde de consumo interno em 42,8 kg.

Neste mesmo período, o peso da carcaça entregue aos frigoríficos foi de 199 para 248 kg/animal.

A área de pastagem no Brasil em 1970 era 154 milhões de hectares, atingiu um pico de 179 milhões em 1985 e em 2017 caiu para 150 milhões.

A produção de leite saiu de 6 bilhões de litros/ano de 1974, para 35 bilhões anos em 2021.

Quase 43% desta produção hoje é usada para indústria em derivados de leite e queijos.

O consumo aparente de leite saiu de 100 litros/ano em 1980 para pouco mais de 160 em 2019.

Todos os sistemas de produção de leite ou corte usam pastagens e de uma forma ou de outra e enfrentam sazonalidade da forragem no outono, inverno e primavera em todas regiões do Brasil, incluindo Norte e Sul.

A suplementação com sal proteico ou sal proteico energético são as mais comuns no inverno e tem o mérito de manter a proteína, minerais e também energia, no caso do proteico energético, em níveis mínimos para não limitar o desempenho a pasto para cada categoria neste período.

A técnica de suplementação, infraestrutura e manejo, devem ser adequadas para cada região e objetivo do rebanho e das categorias.

Não focamos aqui suplementações mais agressivas, como o semi confinamento ou confinamento a pasto onde a quantidade em kg/dia de suplemento ou ração é bem mais alta, entre 1,8 a 2% do peso corporal em matéria seca por dia.

A tabela 1 resume o perfil da suplementação proteica e proteica energética

 

Tabela 1: Perfil e manejo da suplementação

Suplemento Consumo proporcional esperado em % do peso corporal Consumo em kg de suplemento/dia

desmama de 230 kg

Tamanho do cocho/cabeça em tratamento
Sal Proteico 0,20% do peso ou 1 a 2 gramas/kg de peso corporal 0,46 kg 12cm/cabeça
Sal Proteico Energético 0,80% do peso ou 5 a 10 gramas 1,85 kg 30 cm/cabeça

 

A tabela 1 mostra que uma desmama (230 kg) consome, em média, quase 0,5 kg/dia no sal  proteico e  2 kg/dia no sal proteico energético.

A  forma mais pratica de estimar o consumo é   de 1 a 2 gramas/kg de peso para o proteico e de 5 a 10 g de suplemento/kg de peso vivo para o proteico energético.

O consumo diário em ambas suplementações aumentam ao longo do tempo com o crescimento do peso corporal do bovino.

O fornecimento deve ser diário e o consumo a vontade que vai aumentado até o final da suplementação.

Muito importante ter disponibilidade de cocho mínima da tabela para que todo lote tenha acesso ao cocho ao mesmo tempo e fazer adaptação de 7 a 14 dias com o sal mineral em uso até os suplementos serem fornecidos puros.

O mercado oferece essas misturas com adição de Nitrogênio Não Proteico (ureia) e ionóforos como monensina ou virginiamicina que exigem esta adaptação.

A tabela 2 resume os custos diários e expectativas de ganho, também diário, para um bezerro(a) desmamada considerando a receita como arrobas vendidas com 50% de Rendimento de Carcaça.

No caso de bezerras a remuneração do ganho de peso é antecipação de serviço na reprodução, ao redor de 330 kg de peso, de acordo com a estação de monta da fazenda.

Para animais mais erados, suplementados para o abate é importante também considerar o aumento do rendimento de carcaça conferido com suplementação proteica energética + pasto como técnica de terminação.

 

Tabela 2: Consumo diário, custos e receitas estimadas – 230 kg de peso vivo e Arroba a R$ 270,00

SUPLEMENTO CONSUMO/ CUSTO/ GANHO DE PESO RECEITA LUCRO
DIA DIA DIA DIA POR DIA

E MENSAL

SAL PROTEINADO DE SECA

(50% PB )

0,46 KG R$ 1,52 0,5KG R$ 4,50 R$ 2,98

ou

R$ 89,40

SAL PROTEICO ENERGÉTICO

(25%  PB)

1,84 KG R$ 5,46 0,8KG R$ 7,20 R$ 1,74 dia

ou

R$52,20

 

Os resultados da suplementação na seca são bastante positivos, existem diversos proteinados para seca no mercado.

No caso do sal proteico energético além da seca, pode ser fornecido o ano todo, da desmama até o abate. Sempre com boa disponibilidade de pastagem.

Consulte sua loja COPLACANA para a melhor escolha da suplementação na seca!