*Contribuição do engenheiro agrônomo Ari José Fernandes Lacôrte.
A Embrapa, ao comemorar 50 anos, publicou o grande salto que o Brasil deu desde 1970 até hoje na maioria das commodities alimentares, fibras e matéria prima para energia.
De importador de alimentos, o Brasil passou a ser exportador em muitos segmentos do agronegócio.
A tecnologia de produção, porteira a dentro, passou por fortes mudanças e aumentou a produtividade neste período de forma crescente e sustentada.
Houve, também, expressivo aumento da chamada fronteira agrícola. Fora da porteira foram incorporadas novas tecnologias de rastreamento e tecnologia de informação.
O rebanho bovino cresceu, no Brasil, de 74 milhões de cabeças para 224 milhões em 50 anos.
Na produtividade o rendimento foi de 12 para 63 kg/há/ano.
A exportação de carne em 1970 era zero e em 2021 chegou a 1,5 milhão de toneladas equivalente carcaça.
O Brasil ocupa, hoje, a liderança no mercado internacional.
Neste período, o consumo doméstico da carne bovina foi de 19,5 kg para 38,8 kg per capta ano chegando a atingir, em 2010, o recorde de consumo interno em 42,8 kg.
Neste mesmo período, o peso da carcaça entregue aos frigoríficos foi de 199 para 248 kg/animal.
A área de pastagem no Brasil em 1970 era 154 milhões de hectares, atingiu um pico de 179 milhões em 1985 e em 2017 caiu para 150 milhões.
A produção de leite saiu de 6 bilhões de litros/ano de 1974, para 35 bilhões anos em 2021.
Quase 43% desta produção hoje é usada para indústria em derivados de leite e queijos.
O consumo aparente de leite saiu de 100 litros/ano em 1980 para pouco mais de 160 em 2019.
Todos os sistemas de produção de leite ou corte usam pastagens e de uma forma ou de outra e enfrentam sazonalidade da forragem no outono, inverno e primavera em todas regiões do Brasil, incluindo Norte e Sul.
A suplementação com sal proteico ou sal proteico energético são as mais comuns no inverno e tem o mérito de manter a proteína, minerais e também energia, no caso do proteico energético, em níveis mínimos para não limitar o desempenho a pasto para cada categoria neste período.
A técnica de suplementação, infraestrutura e manejo, devem ser adequadas para cada região e objetivo do rebanho e das categorias.
Não focamos aqui suplementações mais agressivas, como o semi confinamento ou confinamento a pasto onde a quantidade em kg/dia de suplemento ou ração é bem mais alta, entre 1,8 a 2% do peso corporal em matéria seca por dia.
A tabela 1 resume o perfil da suplementação proteica e proteica energética
Tabela 1: Perfil e manejo da suplementação
Suplemento | Consumo proporcional esperado em % do peso corporal | Consumo em kg de suplemento/dia
desmama de 230 kg |
Tamanho do cocho/cabeça em tratamento |
Sal Proteico | 0,20% do peso ou 1 a 2 gramas/kg de peso corporal | 0,46 kg | 12cm/cabeça |
Sal Proteico Energético | 0,80% do peso ou 5 a 10 gramas | 1,85 kg | 30 cm/cabeça |
A tabela 1 mostra que uma desmama (230 kg) consome, em média, quase 0,5 kg/dia no sal proteico e 2 kg/dia no sal proteico energético.
A forma mais pratica de estimar o consumo é de 1 a 2 gramas/kg de peso para o proteico e de 5 a 10 g de suplemento/kg de peso vivo para o proteico energético.
O consumo diário em ambas suplementações aumentam ao longo do tempo com o crescimento do peso corporal do bovino.
O fornecimento deve ser diário e o consumo a vontade que vai aumentado até o final da suplementação.
Muito importante ter disponibilidade de cocho mínima da tabela para que todo lote tenha acesso ao cocho ao mesmo tempo e fazer adaptação de 7 a 14 dias com o sal mineral em uso até os suplementos serem fornecidos puros.
O mercado oferece essas misturas com adição de Nitrogênio Não Proteico (ureia) e ionóforos como monensina ou virginiamicina que exigem esta adaptação.
A tabela 2 resume os custos diários e expectativas de ganho, também diário, para um bezerro(a) desmamada considerando a receita como arrobas vendidas com 50% de Rendimento de Carcaça.
No caso de bezerras a remuneração do ganho de peso é antecipação de serviço na reprodução, ao redor de 330 kg de peso, de acordo com a estação de monta da fazenda.
Para animais mais erados, suplementados para o abate é importante também considerar o aumento do rendimento de carcaça conferido com suplementação proteica energética + pasto como técnica de terminação.
Tabela 2: Consumo diário, custos e receitas estimadas – 230 kg de peso vivo e Arroba a R$ 270,00
SUPLEMENTO | CONSUMO/ | CUSTO/ | GANHO DE PESO | RECEITA | LUCRO |
DIA | DIA | DIA | DIA | POR DIA
E MENSAL |
|
SAL PROTEINADO DE SECA
(50% PB ) |
0,46 KG | R$ 1,52 | 0,5KG | R$ 4,50 | R$ 2,98
ou R$ 89,40 |
SAL PROTEICO ENERGÉTICO
(25% PB) |
1,84 KG | R$ 5,46 | 0,8KG | R$ 7,20 | R$ 1,74 dia
ou R$52,20 |
Os resultados da suplementação na seca são bastante positivos, existem diversos proteinados para seca no mercado.
No caso do sal proteico energético além da seca, pode ser fornecido o ano todo, da desmama até o abate. Sempre com boa disponibilidade de pastagem.
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