Há histórias que não cabem apenas em datas e números.
Histórias que começam no silêncio da terra, no cheiro do café recém-colhido, no barulho de um caminhãozinho carregado de cana pela estrada de terra batida.
Assim é a trajetória da família Zuin, cujo passado se mistura à paisagem rural e ao futuro que continua a brotar no campo.
No alto da propriedade de 30 alqueires em Saltinho/SP, ergue-se uma casa de paredes antigas, construída em 30 de novembro de 1928.
Suas janelas guardam a memória de dias do passado, quando não havia energia elétrica nem banheiro e a água vinha do poço.
Foi ali que Arbano Zuin, patriarca da família, plantou as primeiras sementes de uma história que atravessa gerações.
Vieram da Itália, simples, carregando apenas uma caixa pequena e muitos sonhos.
Plantaram café, milho, algodão.
Depois, veio a cana-de-açúcar, que mudou o rumo de tudo.
“Meu pai Macario sempre dizia que era na simplicidade que se encontrava a força. Ele comprou um caminhão pequeno, de seis toneladas, e levava a cana até o centro, no Engenho. Assim começou nossa caminhada”, lembrou Marcelo, com a voz carregada de saudade.
Se a terra tocou o rumo do trabalho, foi o baile da região que tocou o coração.
Eram festas famosas, reunindo milhares de pessoas, que se tornaram o ponto de encontro entre Marcelo e Ana Lúcia mais de 30 anos atrás.
Sorridente, Lúcia recorda o ano de 1992, tempo em que trabalhava numa loja de roupas localizada na região central de Piracicaba/SP, por coincidência, ao lado da antiga sede da COPLACANA, na avenida Armando de Salles de Oliveira.
“Eu trabalhava e já pensava, na segunda-feira, qual vestido usar no próximo baile. Foi lá que conheci o Marcelo. Dançamos, namoramos por quatro anos e meio, até nos casarmos.”
Da união nasceram Ana Julia e Maria Elisa, duas jovens de 24 e 27 anos de idade, que cresceram entre o som dos tratores e o canavial, mas que escolheram olhar para o campo com os olhos da ciência.
Formaram-se em Engenharia Agronômica e hoje carregam o legado da família, com ainda mais preparo e dedicação.
A família Zuin é herança, é afeto, é a certeza de que cada geração pode ir além, mantendo suas raízes.
“Tudo que conquistaram foi mérito delas. Sempre gostaram do Agro, correram atrás, nós só demos o suporte que podíamos”, emocionou-se Lúcia.
Na rotina da família Zuin, há uma aliada que atravessa gerações há 77 anos: a COPLACANA.
Não é apenas a cooperativa que fornece insumos, adubo, defensivos e assistência técnica.
É uma parceira de confiança, que conecta passado, presente e futuro.
“Eu compro tudo lá. Se preciso de orientação, o agrônomo vem até aqui, até pelo WhatsApp resolvemos. Para nós, a COPLACANA é parte da família”, afirmou Marcelo.
O tempo mudou: a colônia de casas onde famílias inteiras viviam juntas deu lugar às propriedades; os bailes cheios de juventude deram lugar às memórias guardadas.
Mas o que permanece é a essência: a terra, o amor, o cooperativismo e o espírito de união.