Menu

Menu

Histórias que Conectam

Startup de cooperado da COPLACANA é referência no Brasil na popularização de grilos comestíveis

Tempo de Leitura: 3 min

Envie para seus amigos

Esta matéria começa com uma informação que pode te deixar surpreso: cerca de 80% dos países incluem insetos na dieta, principalmente no Oriente.

Composto por uma alta quantidade de proteínas de alto valor biológico, ômegas 3 e 6, vitaminas como a B12 e minerais, o consumo de grilos traz inúmeros benefícios para a saúde.

Mas o que você não imagina é que uma startup brasileira, a Hakkuna, idealizada por dois jovens, um deles de família canavieira, foi além: inovou ao produzir grilos temperados e uma farinha a base do inseto, poderosa em nutrientes.

A ideia de criação da empresa – a primeira no Brasil – surgiu por meio de inspirações de países do exterior, como os Estados Unidos, onde a cultura de alimentação por insetos já é consolidada.

Já o nome veio da série de filmes “O Rei Leão”, na qual os personagens, adeptos a um estilo de vida tranquilo e pacífico, ensinam a comer insetos enquanto cantam a música “Hakuna Matata”.

“Identificamos que isso poderia ser um potencial no Brasil. Nosso país é o celeiro do mundo, muitos alimentos saem daqui. E por que não desenvolver um novo tipo de proteína?”, contou Murilo Gustinelli, formado em Ciências Biológicas, especialista na área de entomologia e dieta artificial de insetos.

Desenhado por ele e por Luiz Filipe Carvalho, mestre em Engenharia, o projeto ganhou força e ficou incubado na Esalq/USP (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo), em Piracicaba (SP).

A especialidade da startup inovadora e sustentável, que cresce a cada dia, é a criação de insetos para alimentação humana.

Por ser ecologicamente correta, a produção utiliza 2000 vezes menos água que os bovinos, muito menos área e alimentos e expelem 100 vezes menos gases do efeito estufa.

Gustinelli explicou que os grilos são originados em uma biofábrica com condições sanitárias rigorosas, ficando durante oito horas a uma temperatura de 100 graus, matando qualquer biota que possam ter.

Antes do abate, permanecem de 24 a 38 horas sem alimento para limpeza do trato gastrointestinal.

Assim que abatidos, passam por processos térmicos de alta, baixa temperatura e desidratação.

Depois, são triturados até se tornarem uma farinha, perfeita para pães, bolos e outras receitas, ou viram um snack temperado, com sabores variados (cebola e bacon, mostarda e mel, natural).

“Os insetos estão muito distantes do ser humano, por isso, não transmitem doenças de origem animal, como a Gripe Aviária, o H1N1, o Mal da Vaca Louca ou a própria Covid-19. É um alimento muito proteico e seguro.”

Além de empresário de sucesso, Murilo possui raízes no campo.

Sua família tem relação com a COPLACANA desde 1972 e, hoje, ele faz parte da terceira geração de cooperados.

“Tudo começou com meu avô, que trabalhava com cana-de-açúcar e gado. Sempre comprou implementos, ração, medicamentos de saúde animal. Eu entrei no Núcleo Jovem e estou gostando bastante dos ensinamentos sobre sucessão familiar, estratégias de relacionamento com o cliente, gestão, finanças”, disse.

O presidente da COPLACANA, Arnaldo Antonio Bortoletto, reforçou que a cooperativa tem como objetivo dar suporte para pessoas como Murilo.

 

“O Núcleo Jovem trata a sucessão familiar, para que os jovens sejam preparados para serem herdeiros das propriedades. Inovação também não pode faltar. Por isso, o hub Avance estuda novas tecnologias e dá apoio para startups como a de Murilo”.