Boas notícias para o setor canavieiro.

Dados de um levantamento do Pecege revelam que a safra 2023/2024 de cana-de-açúcar deverá crescer 6,45% comparada à 2022/2023, com uma estimativa de moer 583,6 milhões de toneladas.

A recuperação da produtividade média dos canaviais, por sua vez, deve chegar a 78,3 toneladas de cana por hectare.

De acordo com o economista Haroldo Torres – em apresentação no dia 24 de maio, na matriz da COPLACANA, durante o Simpósio Central “Impulsionando novos caminhos para uma cadeia produtiva mais sustentável” do programa Jornada Cultivar Raízen – a variável chave e a incógnita deste período é o clima.

O início da safra, nos meses de abril, maio e junho, registrou uma normalidade climática.

Entretanto, conforme expõe Torres, o terço final indica 94% de probabilidade de ocorrência de El Niño.

“O La Niña se despede depois de três verões seguidos, com uma provável inversão de padrão para El Niño, que persistirá no verão. Este fenômeno, no Centro-sul, traz uma intensidade maior de temperatura e chuvas”, comentou.

 

Mas, então, quais os possíveis cenários?

Normalidade climática	El Niño
·        Safra normal; ·        Clima seco durante o inverno e chuvas retornam em outubro de 2023; ·        Pico de moagem e aceleração da colheita; ·        Recuperação do ATR; ·        Menor volume e impacto de cana bisada (cana-bis).	·        Safra úmida (molhada); ·        Clima úmido durante o inverno (chuvas eventuais); ·        Moagem “stop and go”, quando a colheita é interrompida com as chuvas; ·        Safra mais longa; ·        Redução e impacto sobre o ATR; ·        Maior volume e impacto de cana bisada (cana-bis).

 

Com o clima mais favorável, o setor colherá os benefícios de melhores produtividades.

Além disso, os preços do açúcar têm se mostrado resilientes, enquanto o etanol é considerado commnodity global e uma solução para a descarbonização.

“Viemos de safras com boas margens e melhoramos o investimento no canavial e o manejo. Em 2021, tivemos secas e geadas. No ano seguinte, 2022, aumentamos a área de reforma e o preço do etanol caiu. Este ano, a participação da cana planta é relativamente maior que o anterior. Esta também é uma safra de redução de custos, com queda de 47% no preço dos fertilizantes. Tudo isso reflete em aumento de moagem, que se deve a fatores como clima, aumento de investimentos e canavial com menor idade média”, disse o especialista.

Em termos de resultados, esta safra tende a ser uma das melhores para o setor sucroenergético em recuperação de produtividade, porém com muitos desafios.

Alguns deles, levantados pelo Pecege Consultoria e Projetos, são:

• Pragas e doenças: problemas com plantas daninhas, cigarrinhas, broca, ferrugem alaranjada, isoporização da cana, com ou sem florescimento, e chochamento;
• Risco de El Niño no segundo semestre do ano;
• Safra mais longa e redução do nível de ATR (Açúcar Total Recuperável);
• Cana tombada;
• Aumento do nível de impurezas (mineral e vegetal).

 

Ao finalizar sua explicação, Haroldo Torres deixou uma mensagem aos produtores rurais participantes do evento.

Para ele, as próximas duas décadas terão mais transformações que os últimos 100 anos.

“O mundo mudou e a agricultura também. Não adianta fazer a mesma coisa e esperar o mesmo resultado. O que moldará o setor, no futuro, é uma agricultura digital, regenerativa, economia circular, produção sustentável e rentável, com a utilização de bioinsumos. Estamos caminhando para mudanças expressivas no agronegócio daqui para frente. A estratégia não é ser melhor do que o outro, é ser diferente”, afirmou.

Produtor rural cooperado da COPLACANA, Eduardo Folha participou do Simpósio e reforçou a importância de oportunidades como esta, de agregar conhecimento e trocar informações.

“O que mais me chamou a atenção nas palestras é que não é porque sempre fizemos da mesma forma no passado que isso funcionará atualmente. A inovação e tecnologia vieram para, justamente, aplicarmos esses ensinamentos no dia a dia, na prática agrícola.”

 

Jornada Cultivar

Além de sediar o Simpósio Central, a COPLACANA marcou presença na Convenção Agro 2023 – jornada Cultivar Raízen com um estande na Arena de Negócios.

Com o objetivo de fornecer auxílio e gerar valor para toda a cadeia produtiva do setor sucroenergético, a iniciativa ocorreu nos dias 21 e 22 de junho, no Tauá Hotel & Convention Atibaia, e reuniu cerca de 800 produtores rurais, entre eles cooperados.

Presente no evento, o Presidente da COPLACANA, Arnaldo Antonio Bortoletto, reforçou o convite para que todos visitassem o espaço da cooperativa.

“Oferecemos, na Convenção, condições especiais e preços muito bons para a condução da lavoura”, ressaltou.

José Antonio Nogueira Junior, cooperado de Jataí (GO), esteve na Convenção e passou pelo estande da cooperativa.

“É uma ótima oportunidade de termos contato com empresas e outros produtores. São apresentadas muitas informações e, a partir delas, conseguimos ter uma visão do futuro. O ponto forte da COPLACANA é a receptividade das pessoas. Seu diferencial, que a torna diferente de empresas mercantis, é manter seus valores e princípios. A cooperativa é uma opção vantajosa do que encontramos no mercado, é a extensão do nosso braço. Procuro aproveitar o máximo possível de tudo o que a COPLACANA nos oferece”, destacou.